O casulo

Os dias passam estranhos
Com a estranha impressão de que não passam.
Parecem vazios, confusos, incomuns.
Isolado em um casulo
Adormeço num sono profundo
Que me desliga dos outros e do mundo.
Na dormência incontida
Alimento-me apenas de lembranças
da vida que um dia tive
e hoje me surge como esperança.
Fragmentos de felicidade
esvoaçam a memória,
Mas já nem sei se esse é o nome
Ou apenas uma ilusão que não some.
Os sonhos se confundem com o real
E já não sei mais se prefiro
Estar acordado ou adormecido.
Sonhando, me encontro comigo
E com aqueles cujas presenças
hoje se tornam impossíveis.
No casulo fechado
tudo parece isolado
por um véu fino e transparente
que me confunde a mente
mas arruma o coração.
E sei que quando o casulo se abrir
O sol voltará a brilhar
felicidade voltarei a sentir
E o amor voltará a reinar.

Maria de Beauté

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Sobre este blog

“Nós que não estamos aqui só a passeio...” Temos um árduo caminho a percorrer. Um caminho cheio de altos e baixos, cheio de desafios, de obstáculos, de alegrias e descobrimentos. O caminho leva ao sacrifício que muitas vezes implica em solidão. Mas, envolvidos em uma atmosfera inebriante, buscamos o que nos move: amor, paixões, sonhos... não importa. Iniciamos o processo, seguimos o caminho e ao longo dele nos deparamos com outros que também estão em busca de si. É assim que começamos a dividir, conhecer, acrescentar, compartilhar... experiências, momentos, vidas e prosas.

Maria de Beauté


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