Frio na barriga

Frio na barriga.  A expressão não define a sensação.  Para mim, é algo mais como cócegas internas, suspiros da alma, um agradecimento do corpo pela leveza do coração. Mas essa sensação é tão boa quanto rara. A correria insana da vida nos obriga a atropelar os sentidos,  a nossa percepção se condiciona ao prático e, assim, deixamos de sentir. O tempo passa e nos tornamos frios, grosseiros, esvaziados. E cada vez menos somos capazes de nos admirar, de respirar profundamente,  de enxergar a beleza de uma flor,  de perceber o encanto de um olhar.  A nossa alma anseia e não sabemos o quê.  Felizmente,  vez ou outra, esbarramos com pessoas que nos fazem despertar: com um sorriso,  uma palavra,  um gesto. Algo que nos toca e resgata a nossa humanidade. Frio na barriga,  obrigada por existir.




Maria de Beauté

Uma que também não achava seu sentido

O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!
                                                                                             Florbela Espanca

Sobre este blog

“Nós que não estamos aqui só a passeio...” Temos um árduo caminho a percorrer. Um caminho cheio de altos e baixos, cheio de desafios, de obstáculos, de alegrias e descobrimentos. O caminho leva ao sacrifício que muitas vezes implica em solidão. Mas, envolvidos em uma atmosfera inebriante, buscamos o que nos move: amor, paixões, sonhos... não importa. Iniciamos o processo, seguimos o caminho e ao longo dele nos deparamos com outros que também estão em busca de si. É assim que começamos a dividir, conhecer, acrescentar, compartilhar... experiências, momentos, vidas e prosas.

Maria de Beauté


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