Ela construiu uma muralha para defender a sua fragilidade: um coração cheio de feridas que o tempo ainda não sarou, provocadas por sonhos não realizados e pela infelicidade de não ter um Amor. Ela fechou-se em um casulo e até acreditou que poderia se tornar melhor através da solidão. Mas esqueceu que era humana e, como tal, tinha em sua essência a necessidade de sentir. E essa foi a brecha que ele precisava para entrar em seu mundo. O coração dele era ainda mais calejado. Sentiu na pele a amargura dos beijos falsos, dos olhares indiferentes, das palavras cruéis. Mesmo assim, ele acreditava num tal Amor verdadeiro e numa tal felicidade que ela só conhecia nos sonhos. Ela preferia sonhar a viver. Ele insistia que era possível sonhar, viver e realizar. Ele a assustava com suas estranhas manias, mas a conquistava com a sua coragem. Aos poucos, ela foi se acostumando aos carinhos dele, já não era mais tão arredia às suas palavras, permitiu-se expressar algumas emoções. Os corações deles passaram a bater no mesmo ritmo e logo estavam sonhando juntos. Ela estranhou quando percebeu que estava trazendo os planos para a vida real: eles caíram tentação de planejar e, apesar dos medos, já não podiam voltar atrás.
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